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A Caça às Bruxas

Durante o século 12 se difundiu a idéia de que existiam sabás, reuniões noturnas a cada sexta-feira, à qual as bruxas compareciam voando em suas vassouras, cavalgando seus bodes, ou mesmo transformadas sob a forma de pássaros. Para que pudessem voar, as feiticeiras untavam o corpo com uma poção mágica por elas preparada; e na cerimônia, iniciada à meia-noite, entregavam-se a orgias e ao Demônio. Tudo isso provocou medo na população e deu motivo para o início, na Europa, da chamada “Caça às Bruxas”, perseguição e assassinato principalmente de mulheres que só terminou por volta de 1750.

A “caça às bruxas” foi uma massiva campanha judicial realizada pela Igreja e pelo Estado contra as mulheres da população rural, tendo um significado religioso, político e sexual. Estima-se que aproximadamente 9 milhões de pessoas foram acusadas, julgadas e mortas neste período, onde mais de 80% eram mulheres, incluindo crianças e moças que haviam “herdado este mal”.

Se buscarmos uma definição do termo “bruxa” em dicionários, logo vamos perceber a vinculação com uma figura maléfica, feia e perigosa. Os livros infantis também costumam descrever histórias onde existe uma fada boa e linda e uma bruxa má e horrível.

Ao analisarmos o contexto histórico da Idade Média, vemos que bruxas eram as parteiras e enfermeiras. Conheciam e entendiam sobre o emprego de plantas medicinais para curar enfermidades e epidemias nas comunidades em que viviam e, conseqüentemente, eram portadoras de um elevado poder social. Estas mulheres eram, muitas vezes, a única possibilidade de atendimento médico para mulheres e pessoas pobres. Elas foram por um longo período médicas sem título. Aprendiam o ofício umas com as outras e passavam esse conhecimento para suas filhas, vizinhas e amigas. Poucas dessas mulheres realmente pertenciam à bruxaria, porém, criou-se uma histeria generalizada na população, de forma que muitas das acusadas passavam a acreditar que eram mesmo bruxas e que possuíam um “pacto com o demônio”.

O estereótipo das bruxas era caracterizado, principalmente, por mulheres de aparência desagradável ou com alguma deficiência física, idosas, mentalmente perturbadas, mas também por mulheres bonitas que haviam ferido o ego de poderosos ou que despertavam desejos em padres celibatários ou homens casados.

Também eram culpadas por se organizarem em grupos – geralmente reuniam-se para trocar conhecimentos acerca de ervas medicinais, conversar sobre problemas comuns ou notícias. Outra acusação levantada contra elas, era de que possuíam “poderes mágicos”, os quais provocavam problemas de saúde na população, problemas espirituais e catástrofes naturais.

Além disso, o fato dessas mulheres usarem seus conhecimentos para a cura de doenças e epidemias ocorridas em seus povoados, acabou despertando a ira da instituição médica masculina em ascensão, que viu na Inquisição um bom método de eliminar as suas concorrentes econômicas, aliando-se a ela.

Qualquer pessoa podia ser denunciada ao “Tribunal da Inquisição” e acabar queimando numa fogueira. Os suspeitos eram presos e considerados culpados até provarem sua inocência. Geralmente, não podiam ser mortos antes de confessarem sua ligação com o demônio.

Na busca de provas de culpabilidade ou a confissão do crime, eram utilizados procedimentos de tortura como: raspar os pêlos de todo o corpo em busca de marcas do diabo, que podiam ser verrugas ou sardas; perfurar da língua; imersão em água quente; tortura em rodas; perfurar o corpo da vítima com agulhas, na busca de uma parte insensível à dor que teria sido “tocada pelo diabo”; surras violentas; estupros com objetos cortantes; extirpação dos seios. A intenção era torturar as vítimas até que assinassem confissões preparadas pelos inquisitores.

Geralmente quem sustentava sua inocência acabava sendo queimada viva. Já as que confessavam, tinham uma morte mais misericordiosa: eram estranguladas antes de serem queimadas. Em alguns países, como Alemanha e França, eram usadas madeiras verdes nas fogueiras para prorrogar o sofrimento das vítimas.

Na Itália e Espanha, as bruxas eram sempre queimadas vivas. Os postos de caçadores de bruxas e informantes eram financeiramente muito rentáveis. Eram pagos pelo Tribunal por condenação ocorrida e os bens dos condenados eram todos confiscados.

O fim da “caça às bruxas” ocorreu somente no século XVIII, sendo que a última fogueira foi acesa em 1782, na Suíça. Porém, a Lei da Igreja Católica que fundou os “Tribunais da Inquisição”, permaneceu em vigor até meados do século XX.

2 comentários:

Lucas disse...

Olá, gostei do texto sobre a caça às bruxas.

Sou estudante de arte, e gostaria de saber o nome do artista responsavel pelas imagens acima.

Obrigado.

Lory disse...

Olá, Lucas.

É um artista espanhol, chamado Luis Falero. Digite o nome dele na busca de imagens do google para ver quanta coisa linda que vem!

bjs

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